2009-09-03 – Cauterizando a Hydra…
Só podia ser 5ª-feira… Após ano e meio a hibernar, eis que a Hydra se levanta e espreita timidamente. Não se trata dum retorno, mas antes de um fechar de capítulo (para que não haja mais equívocos sobre o status quo do grupo ou dos envolvidos).
Reza então a lenda que a Hydra não chegou a ver a luz de 2008… Em final de 2007, com o sector a ressentir a crise que se instalava, e devido a uma relação cada vez mais difícil com os arrendatários, decidimos fechar o espaço e seguir caminhos separados. Apesar das tentativas de transladar o atelier para outro local, não houve como continuar o projecto, razão pela qual o blog consequentemente deixou de ser actualizado.
Desde já uma palavra de agradecimento aos amigos que continuaram a visitar-nos e a espaços perguntavam com interesse como ia a coisa. Mas infelizmente, o ano sabático que se impôs acabou tornando-se definitivo…O mercado ainda está mau e enquanto os nossos dois excelentíssimos designers, Félix e Cláudia, acabaram por assentar – e ainda bem – em posições fixas em departamentos gráficos e publicitários, os dois desenhadores ronin foram deixados a vaguear no ermo sector da ilustração nacional. O João juntu-se com uma antiga ‘Hydrette, com quem faz dupla profissional, e no processo atemoriza o mundo civilizado com constantes ameaças duma prole de Hydritas, tendo recentemente criado uma entidade autónoma, a Mantis. E eu, após hesitação inicial, tendo procurado partilhar espaço com outros amigos em Lisboa, optei por abrir o meu próprio estúdio na margem sul.
Ainda uma palavra sobre os nossos caríssimos satélites, que muito honradamente compõem as três cabeças finais da Hydra: o Miguel trocou o riscar pelo riffar e lançou no início de 2008 o álbum de estreia da sua banda, Novembro, intitulado “À Deriva” (ver o vídeo do single abaixo, onde eu empresto o meu look à personagem), e no final de 2008 deu bandeira ao criar e produzir a 1ª de sempre guitarra portuguesa eléctrica!; a Elizabete, faz então parelha com o João, enquanto continua a trabalhar como designer; e o Bruno, o artista-plástico e fotógrafo de serviço, entretanto regressado a Londres, teve uma sua expo de pintura na Galeria de São Bento, Lisboa.
(O estúdio, antes…)
Para a posteridade ficam momentos como as (estimulantes) sessões de trabalho conjunto, sempre criativas (foto A), os brainstorming inesperados (B), as idas para ‘comes às piscinas do Jamor (C), os workshops internos (D), o mural de desenho diário (E), a salada de agrião (F), a máquina de escrever Monarch (G), ir trabalhar para esplanadas ali à beira-mar (H), as expos (I), a (des)aventura na Terra dos Kangurus (don’t ask), o eco dos "mísseis" a cair no tecto quando no pavilhão acima havia basket, ou "a criatura dos pântanos", a quem carinhosamente viemos a chamar …Bruno de Lara! (J) ;]
Ou até outros, menos celebrados, quando os ilustradores residentes ficaram fechados fora do estúdio, tendo de subtilmente desaparafusar uma grelha de ventilação para assim regressar ao atelier; o como eles conseguiram as ferramentas para a tarefa, sem chamar a atenção de ninguém, foi toda uma cruzada à parte…!
Pela minha parte, 2007 arde na memória como o pináculo do meu bad droid karma, tendo ficado sem dois portáteis praticamente de seguida, e enfrentado problemas recorrentes – e exasperantes! – no Pc em casa (Lei de Murphy, a quanto obrigas…)
Para rematar, enquanto o formidável “Solidão a Dois” do Miguel vai exprimindo a saudade neste post, friso que os links à direita estão actualizados. Para frequentes novidades sobre o que cada um de nós vai fazendo, visitem-os.
Mas isto não acaba aqui, nem pensar! Os meus hydríssimos colegas já foram desafiados a participar no projecto CC: Cadavre Exquis – um deles já tendo intervindo até – e se os conheço, com todas as cabeças a pensar (heh), facilmente sairá dali algo memorável.
‘Hail Hydra!
DM
Sem comentários:
Enviar um comentário